Imagino já ter dito aqui no blog que Paul Thomas Anderson é melhor diretor de videoclipes do que de filmes. E sem dúvidas o vídeo de “Save Me”, de Aimee Mann é uma prova cabal do fato. O curta apresenta a cantora, classuda e algo blasé, em diversos cenários de sequências do filme de Anderson, “Magnólia”, contando inclusive com a presença silenciosa dos atores – até Tom Cruise está lá – travestidos em seus respectivos personagens. O vídeo é simples, mas combina bem com a música gostosinha de Aimee, e acaba mostrando que a idéia era ótima para um vídeo musical mesmo, mas para um longa-metragem não – mas o diretor insistiu na idéia pelo jeito, já que “Magnólia”, depois de ver este vídeo, surge apenas como uma versão extendida do clipe de Aimee Mann. Deixe o filme e prefira o vídeo – economiza-se mais de uma hora!
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“Divino Maravilhoso” é o nome de uma canção de Caetano Veloso, mas bem que serve para expressar o sentimento que se tem ao terminar de assisir ao clipe da música “Across the Universe”, composta pela dupla Lennon & McCartney e regravada pela cantora Fiona Apple para a trilha sonora do filme “Pleasantville”. Ambientado em uma cafeteria que remete aos anos 60, vemos no videoclipe, ao fundo, um bando ensandecido de vândalos depredando toda lanchonete, enquanto, no primeiro plano, passeamos pela caótica encenação com a câmera constantenmente enfocada na presença constrastantemente plácida e alegre da cantora, que entoa os versos espetaculares da canção como se estivesse passeando em um bosque vasto e verdejante. Primorosamente filmado pelo ex-namorado da cantora, o cineasta Paul Thomas Anderson – que parece interessar mais como diretor de videoclipes do que de longa-metragens -, o curta consegue organizar a mistura de planos com excelência, apresentando detritos da depredação em uma verdadeira chuva ao redor da cantora e objetos sendo arremessados e quebrados na sua proximidade. Não bastasse isso, sobrou tempo para brincar com a enfocamento da cantora, girando-a de cabeça para baixo, junto com a câmera, e ainda abusar do meta-teórico, derrubando um letreiro em que se lê a expressão “The End” no fim do clipe. São coisas como estas que mostram a superioridade artística de artistas muito pouco (re)conhecidos pela maior parte do público e crítica, em vista de outros, tão celebrados, e que tão pouca relevância, na verdade, apresentam. Se você tem o azar de não conhecer a compositora americana – motivos para tanto não há, já que todos os seus álbuns estão aqui disponíveis em posts do seteventos.org – , este clipe é uma belíssima oportunidade de despertar amor imediato pela línda mulher e excelente artista que Fiona Apple é, mesmo apresentando a intepretação de uma composição que não é sua. Soberbo e obrigatório para qualquer um que se entenda como amante de música e arte.
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