Pular para o conteúdo

Tag: oriente-médio

“Paradise Now”, de Hany Abu-Assad. [download: filme]

Paradise NowOs palestinos Said e Khaled, amigos de longa data que vivem em Nablus, são recrutados para executar um atentado suicida em TelAviv. Ainda que um tanto surpresos e algo desprevenidos pela urgência da notícia, ambos aceitam e concordam com a missão e com seu destino. Mas, no momento que ambos tentam entrar clandestinamente em território israelense, o policiamento da região fronteira intervem e, enquanto Khaled retorna ao lado Palestino e é levado de volta, Said acaba se escondendo e se perde de seu amigo, passando a vagar pela cidade de Nablus com um artefato explosivo atrelado ao seu corpo.
Por ser o diretor Hany Abu-Assad de origem palestina, “Paradise Now” ganhou vida da maneira mais ideal possível. Primeiro, porque o diretor não extirpa do argumento toda a subjetividade inevitável e necessária para trazer à realidade um filme sobre os atentados com homens-bomba, uma das características mais polêmicas do conflito entre Israel e o povo palestino: Abu-Assad se permite discutir e questionar em “Paradise Now” apenas a validade do mais simbólico método de contra-defesa do povo palestino e nunca o papel que cada uma das partes tem no conflito, sem temer ser parcial ao afirmar que, por mais questionáveis que sejam os métodos praticados pelos palestinos neste conflito, são eles as verdadeiras vítimas, subjugadas pelo poderio da nação de Israel. Segundo, porque o roteiro humaniza a figura do homem-bomba, desmistificando o estigma de mercenários frios e lunáticos, quase mecânicos. E aí é que reside o grande trunfo e a beleza maior do filme: o roteiro desenha Said e Khaled como homens que sujeitam-se a morrer – e matar – por uma causa porque sentem-se incentivados por toda uma vida de miséria, de humilhação, de falta de oportunidades, de sofrimento e de perdas sendo, ainda assim, capazes de temer a morte, de duvidar da eficácia e efeito de suas ações e até de questionar, mesmo que por um breve instante, sua fé e sua crença. E na concepção destes dois personagens, os atores Kais Nashif e Ali Suliman tiveram papel fundamental com seus desempenhos inspirados de Said e Khaled, respectivamente, conseguindo trazer do roteiro, em detalhes, a maneira tão distinta como esses dois homens encaram seus conflitos: o primeiro com uma interpretação minimalista e contida, o segundo compondo um homem extrovertido, transbordando em ansiedade, agitação e emotividade. O elenco de apoio é igualmente notável, incrementando ainda mais as cenas ao contracenar com os dois atores – especialmente Lubna Azabal, como Suha, e a impecável Hiam Abbass, que emociona mesmo na pequena participação que tem como a mãe de Said.
Com “Paradise Now”, o diretor Hany Abu-Assad, além de destrinchar os bastidores de um atentado com uma abordagem realista e enorme sinceridade, revelando o que há de humano em que os perpreta, preenche também uma lacuna há muito existente no cinema mundial: a do cinema palestino. Mesmo que antes existissem outros filmes da chamada “autoridade palestina”, nenhum deles tinha, até então, conseguido notoriedade suficiente para expor além de suas fronteiras as histórias destas pessoas. “Paradise Now” merece ser sucedido por tantos outros filmes que revelem o drama de uma nação castigada e perseguida pela fé que tem e pelas expectativas que nutre há tanto tempo, e que só se materializam em frustrações.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

OBS: links funcionais mas não testados.

http://rapidshare.com/files/16534806/Prd.Nw.Def.part1.rar
http://rapidshare.com/files/16535215/Prd.Nw.Def.part2.rar
http://rapidshare.com/files/16535591/Prd.Nw.Def.part3.rar
http://rapidshare.com/files/16535972/Prd.Nw.Def.part4.rar
http://rapidshare.com/files/16536354/Prd.Nw.Def.part5.rar
http://rapidshare.com/files/16536726/Prd.Nw.Def.part6.rar
http://rapidshare.com/files/16537141/Prd.Nw.Def.part7.rar
http://rapidshare.com/files/16537232/Prd.Nw.Def.part8.rar

legendas disponíveis (português) [via legendas.tv]
http://legendas.tv/info.php?d=69d37a6c180fc9d7229ef55a98cde5ff&c=1
http://legendas.tv/info.php?d=8901687448cc66b36606199efe2103ee&c=1

1 comentário

“A Noiva Síria”, de Eran Riklis. [download: filme]

The Syrian BrideNoiva pertencente a família drusa prepara-se para abandonar sua família, para que possa unir-se ao seu futuro esposo na Síria. Na celebração do casamento, com presença apenas da noiva, vemos a reunião de uma família cheia de desentendimentos ocasionados diretamente pela realidade deste povo.
Pouco a pouco, filmes do oriente-médio protagonizados por personagens femininas vem ganhando espaço e projeção. A escolha dos produtores destes longas por mulheres não é difícil de se entender: sua posição nos povos de origem islâmica é primordialmente a da submissão, o que funciona como alegoria do próprio conflito entre Islamismo/Judaísmo e Oriente/Ocidente. “A Noiva Síria” pertence à esta vertente do cinema, mas se diferencia destes por tratar de uma das minorias menos abordadas pela arte e pelos meios de informação: os drusos. Eran Riklis fez um bom trabalho ao retratar a realidade deste grupo religioso que vive na fronteira entre Síria e Israel, em território ocupado por este último. Usando como analogia uma família um pouco disrupta e seus conflitos internos, o diretor encenou em um microverso as agruras dos drusos, divididos entre o apoio à nação Síria e ao estado de Israel. O casamento de Mona funciona como um despertar para a consciência da situação de todo este povo que, por sustentar uma neutralidade movida por alguns privilégios consideráveis do governo israelense e uma omissão pelo apoio de parte do grupo à Síria, acaba servindo de instrumento da agressão mútua entre ambas as nações no evento da ocorrência de qualquer disputa geo-política ou no menor capricho diplomático, como muito bem retratado na sequência final do filme. É justamente esta via-crúcis final de Mona e de sua família, na tentativa de reunir-se ao seu futuro marido, que ficam expostos todos os reveses da dúbia situação dos drusos: um povo sem identidade, sem nacionalidade e sem a segurança confortante de pertencer definitivamente à uma só pátria.
Apesar de ser bem produzido e dirigido, faltou em Eran Riklis uma noção mais exata do tom ideal para uma estória desta natureza. As situações de humor casual e acidental durante o longa-metragem interferem na linha argumentativa principal do filme, causando o fenecimento do seu caráter dramático. Um filme baseado em premissa tão rica deveria ter sido conduzido com mão mais pesada, sem medo de assumi-lo definitivamente como um drama desesperançado. E isso fica ainda mais claro quando constatamos a dupla de atrizes que protagonizam a estória: como Mona, Clara Khoury é a encarnação viva da resignação com a sua intepretação silenciosa e cheia de temor, enquanto Hiam Abbass causa estupefação no espectador, tamanha a força de sua atuação ao mesmo tempo conformista, perseverante e audaz – ela é, sem nenhum risco de dúvida, a razão maior deste filme existir. É belo filme a ser visto, mas fica no espectador a tristeza de confirmar que faltou muito pouco para estar diante de um longa-metragem complexo e excepcional.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

http://rapidshare.com/files/304716/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.rar.html
http://rapidshare.com/files/286651/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r00.html
http://rapidshare.com/files/289808/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r01.html
http://rapidshare.com/files/292823/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r02.html
http://rapidshare.com/files/295777/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r03.html
http://rapidshare.com/files/299158/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r04.html
http://rapidshare.com/files/302047/Syrian.Bride-iMBT.PANDiON.r05.html

fonte: demna.com

legenda (inglês):
http://www.opensubtitles.org/en/download/sub/3099600

legenda (espanhol):
http://www.opensubtitles.org/en/download/sub/103300

Deixe um comentário