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Tag: mark wahlberg

“Fim dos Tempos”, de M. Night Shyamalan. [download: filme]

The HappeningEm New York, um professor, sua esposa, seu melhor amigo e a filha deste são surpreendidos por uma série de mortes repentinas que assusta a população da cidade. Pelo temor do evento ter sido originado por uma arma biológica, eles decidem fugir da cidade. Logo, os quatro percebem que o acontecimento começa a espalhar-se por outros locais, atingindo cidades e comunidades cada vez menores.
O argumento de “Fim dos Tempos” é sem dúvidas promissor: uma onda epidêmica de mortes por conta de um distúrbio psicólogico que afeta o mecanismo de preservação da vida de cada indivíduo, evento este causado por um agente até então aparentemente indefeso e inofensivo – e este último elemento é, na verdade, a grande idéia do argumento, que subverte a própria identidade de “Fim dos Tempos” como thriller apocalíptico: ao invés do horror e estupefação ser causado por sequências de destruição faraônicas, o terror tem como origem o símbolo do silêncio, da placidez e do pacifismo. Partindo-se desta idéia genial, era só uma questão de compor um roteiro sóbrio, que ao menos lidasse de forma adequada com os artifícios típicos do gênero e contratar um elenco que impusesse peso à história. Infezlimente, não foi isto o que aconteceu.
O roteiro, apresenta dois problemas que saltam aos olhos já em coisa de 20 minutos de filme. O primeiro podemos encontrar em filmes de qualquer gênero: trata-se da qualidade dos diálogos dos personagens. No texto, que pra variar foi escrito pelo diretor/produtor, os diálogos dos personagens tem um sabor tão natural quanto um combo de Big Mac com Ki-Suco, tão rasteiros, simplistas e infantis que soam saindo da boca de personagens adultos – possivelmente nem na boca de uma criança eles soariam adequados. O outro problema é mais comun ao gênero: o eterno recurso de temperar a trama apocalíptica com atribulações pessoais. Isso é algo intrínseco à esse tipo de história, e embora possa funcionar em alguns longa-metragens, aqui soa extremamente aborrecedor e inócuo, ainda mais por ganhar o “auxílio” nada bem-vindo do elenco equivocado – que já tinha sido de “boa ajuda” nos diálogos. O que nos leva ao segundo elemento problemático do filme: os atores escalados para desempenhar os poucos papéis que encabeçam a trama mostram um desempenho fraquíssimo, próximo do constrangedor – em especial Mark Wahlberg, que se tinha como objetivo soar um completo idiota robotizado sofrendo de uma grave crise de insolação ao, por exemplo, falar com uma planta de plástico e tentar negociar com uma velhinha esquizofrênica, devo confessar que teve enorme êxito na empreitada.
“Fim dos Tempos” só não é um fiasco tão retumbante quanto foi “A Dama na Água” porque o argumento base da história é uma grande idéia – embora ela seja destruída pelo trabalho conjunto de roteiro e elenco – e porque o filme apresenta sequências que unem de modo eficiente beleza e terror. Mas estes dois elementos não representam garantia de qualidade suficiente para o longa-metragem e, assim sendo, ele acaba se somando à crescente galeria de equívocos de M. Night Shyamalan. Ao menos, porém, não tivemos que aturar mais uma vez o diretor inserindo-se como personagem dentro da história, nem mesmo em uma ponta sequer – só mesmo pra evitar que “Fim dos Tempos” se transformasse realmente no retrato do apocalipse.
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1 comentário

“Huckabees – A Vida É Uma Comédia”, de David O. Russell.

I Heart HuckabeesPelo cartaz do filme, elenco, equipe de produção e sinopse do filme Huckabess – a vida é uma comédia, qualquer pessoa com um mínimo de intimidade e senso cinematográfico perceberia as pretensões dos realizadores: uma comédia nonsense, ainda que inteligente e sutilmente blasé, assim como foi Os excêntricos Tenenbaums, de Wes Anderson. Confesso que minha curiosidade era grande e tinha boas expectativas, já que no elenco encontrava-se uma de minhas atrizes preferidas, a francesa Isabelle Huppert.
Mas a expectativa geralmente não corresponde a realidade. E a regra confirmou-se. A presunção do diretor David O. Russell e do seu co-roteirista é tanta que irrita. A estória gira em torno de um ativista de uma organização ambiental que procura dois detetives/analistas, que trabalham buscando solucionar “dramas” e angústias pessoais, para encontrar a razão de algumas coincidências pelas quais encontra-se obcecado. No decorrer de sua experiência de investigação pessoal-filosófica lida com seu ódio pessoal pelo ambicioso executivo de uma rede de loja de departamentos, que está interfirindo na sua liderença à frente do organização ambiental, e encontra um bombeiro que questiona a razão de ser da vida e que está sendo seduzido pelos métodos terapêutiucos-investigativos de unma filósofa francesa. Como podem ver, o mote da estória é mesmo nonsense, mas não consegue obter o charme sedutor necessário pois, lá pela terceira sequência de questionamento pessoal-filosófico o expectador já está cansado: os diálogos ficam cada vez mais chatos e desinteressantes, mesmo com a tentativa do diretor de usar na tela de certos recursos visuais que tentam fazer uma representação da técnica empregada pelos detetives-analistas. O recurso, na verdade, soa bobo e infantil, prejudicando ainda mais o filme.
E não há elenco que resista a pretensão e maneirismos insistentes dos realizadores. Para ser bem sincero só insisti em ver o filme por três razões simples: 1) não goste de ver filme nenhum pela metado, mesmo os ruins e irritantes; 2) Isabelle Huppert é sempre uma lufada de ar fresco, esbanjando elegância e charme nas suas performances, mesmo em um filme ruim; 3) Mark Wahlberg. É isso mesmo. Desculpem admitir, mas tenho um certo tesão incalacrado por esse cara. Como resistir ao gostoso ator americano vestido de bombeiro e exibindo um ar angustiado mas viril? É claro: em se tratando de um filme, isso é pouco. Mas fica a sugestão: alugue Os excêntricos Tenenbauns e esqueça essa tolice repleta de questionamentos filosóficos tão desinsteressantes saídos da cabeça de nerds angustiados.

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