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Tag: cinema americano

“2010: O Ano em que faremos contato”, de Peter Hyams. [download: filme]

2010 - The Year We Make ContactDepois de nove anos sem saber exatamente o que levou a interrupção da missão da Discovery à Júpiter, uma missão conjunta de russos e americanos, em meio à iminência de um conflito entre as duas nações, parte em direção ao planeta para tentar desvendar o verdadeiro destino da nave e de sua tripulação.
Arthur C. Clarke resolveu dar continuidade à história criada por ele e pelo diretor Stanley Kubrick sem a participação deste e, de certa forma, mesmo sabendo que as chances de um filme que pelo menos se equivalesse à qualidade do primeiro eram pequenas. Com essa decisão, Clarke acabou por retirar uma pequena porção da beleza da saga que criou: ao dar ocorrência à continuidade dos eventos, o escritor interfere, de certo modo, na status absolutamente provocador da história que ganhou forma e poder no longa-metragem que elaborou junto com Kubrick e, por mais que este filme permaneça uma obra-prima, cuja aura artística jamais será impugnada por coisa alguma, um dos mentores de sua história, inegavelmente, revela alguns do mistérios e enigmas que faziam da saga original algo atemporal. Com os detalhes criados – e revelados – para a sequência do filme e da história, a força dos personagens não chega a ser atingida, mas fica levemente empalidecida pelos deslizes do filme e do argumento. E eles, diga-se, são facilmente perceptíveis: os “sobrenaturalismos” algo transcendentais, nas mãos de Peter Hyams, soam baratos e até um tanto piegas – observe uma das “interferências” terrenas de Dave Bowman, escovando o cabelo da mãe quase moribunda, e você vai poder entender o quanto isso era desnecessário -, ao invés de colorirem o filme de modo espetacular, como aconteceu anteriormente; a iconografia criada por Kubrick, e reciclada neste filme – como as transformações físico-cronológicas de Dave Bowman, incluindo o feto que fecha o filme original, assim como boa parte do que foi HAL 9000 – são reduzidas ao pastiche, perdendo o seu magnetismo espectral, e por fim, a trilha sonora soberba pinçada por Kubrick, que conseguiu compor grande parte da identidade sombria do filme anterior ao misturar o erudito mais clássico (Johann e Richard Strauss) ao mais contemporâneo e experimental (os macabrismos de György Ligeti) é parcial e timidamente retomada – parecendo com isso mais uma obrigação que o diretor se impôs, como a querer criar uma relação de parentesco direto com “2001” – e acompanhada por uma trilha original medonhamente convencional, composta por David Shire, que em nada auxilia o filme, bem pelo contrário. Porém, como algo positivo neste longa-metragem, deve-se reconhecer que, mesmo deixando o filme datado, a decisão de Arthur C. Clarke de explorar uma animosidade que se intensifica entre Estados Unidos e Rússia, enquanto a missão conjunta é executada espaço adentro, cria um conflito interessante entre os personagens que, de certa forma, sentem-se divididos entre o companheirismo inevitável e o orgulho patriótico.
Que já era sabido de pronto que as chances de “2010” fazer jus ao status magistral de “2001” eram ínfimas, por conta de o primeiro ter se tornado um ícone inquestionável do cinema de arte, isso é inegável. Mas é por, possivelmente, a idéia de sua existência ter nascido por questões afetivas de Clarke – relativas ao seu desejo de retomar os personagens que lhe deram prestígio e notoriedade – é que o filme e sua história enterraram as chances de vislumbrar algo muito maior do que ser um mais uma ficção-científica que explora, de forma linear e convencional, a eterna e inevitável esperança de que a humanidade não é a única coisa viva perdida no cosmo.
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http://legendas.tv/info.php?d=9152cc4f548bc8a424062e6db0d48b42&c=1 [via legendas.tv]
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http://www.opensubtitles.com/pb/download/sub/3098204 [via opensubtitles.org]

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“Senhores do Crime”, de David Cronenberg. [download: filme]

Eastern PromisesObstetra, sensibilizada com a morte de uma garota de 14 anos no parto, procura dados sobre sua família, no diário encontrado com ela, para poder informar sobre o nascimento do bebê. É através deste diário que ela entra em contato com uma família de mafiosos russos em Londres, colocando em risco a vida dela e de sua mãe e tio.
David Cronenberg já foi conhecido por explorar a loucura, o estranho e o surreal em filmes de suspense, terror e ficção científica. Nestes longas, a sua obsessão com o corpo, abordando-o e explorando-o de forma bizarra, era conhecida como a sua marca registrada. Desde “Marcas da Violência”, Cronenberg mudou radicalmente o foco de seu cinema: mesmo que, de alguma forma, ainda mostre sinais de sua fixação pelo orgânico – presente no detalhismo da violência que gosta de expôr -, esta passou a ser mero reflexo do ambiente e temática que agora decidiu explorar, a do submundo do crime. Nesta esfera narrativa, o diretor canadense decidiu explorar personagens que, de algum modo, desestabilizam este ambiente: enquanto no longa anterior seu foco caiu sobre alguém que queria deixar de pertencer à este mundo, em “Senhores do Crime” ele inverteu a premissa, colocando como um dos protagonistas um homem que se esforça para entrar nele, mas que ao mesmo tempo evita os excessos típicos dos que dele fazem parte – ambos interpretados nos dois filmes pelo mesmo ator, Viggo Mortensen. Uma característica interessante do roteiro é que ele tem uma tendência a poupar o excesso de desgraças shakespearianas que é típico do gênero, mas ao mesmo tempo, a certa altura do filme, ele também torna-se um tanto previsível, visto que já se pode antever algumas coisas relativas à um dos protagonistas, e ainda acaba, nos seus últimos minutos, deixando de retratar eventos que poderiam incrementar o seu epílogo, preferindo apenas citar a resolução de tais eventos ao avançar no tempo e mostrar o destino que os personagens tomaram. Tais problemas na concepção do roteiro, bem como a própria condição linear e tradicional de “Senhores do Crime”, fazem do longa-metragem apenas mais um que se alinha à média dos que tematizam sobre a máfia e o mundo do crime. E isso, infelizmente, o faz estar bem longe de algo que se espera de David Cronenberg, que mesmo quando tem nas mãoes um material que pisa bem firme com o pé no chão é capaz de recheá-lo de sequências e soluções que lhe conferem a marca notória de seu cinema idiossincrático – como aconteceu em “Marcas da Violência”.
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“Day Night Day Night”, de Julia Loktev. [download: filme]

Day Night Day NightGarota chega a New York e é preparada para executar um atentado suicida com uma bomba na famosa e movimentada Times Square.
No currículo da diretora de origem russa Julia Loktev, além de “Day Night Day Night”, há apenas o documentário que fez, em 1998, sobre o acidente que arremessou seu pai em um estado de quase-morte. Com base nesta informação, pode-se tomar a liberdade de fazer algumas conjecturas e deduções: talvez Loktev nem seja uma diretora profissional – é possível que nem mesmo ela se veja desta forma – ou, para ser menos agressivo, não é difícil enquadrá-la como cineasta de ocasião, que só assume tal perfil quando encontra uma idéia que considere relevante e instigante. Porém, de concreto a dizer só mesmo que a diretora prefere a abordagem mais realista possível, já que seu primeiro filme é um documentário e a estrutura do longa-metragem mais recente, mesmo sendo uma obra de ficção, assemelha-o ao gênero do primeiro filme devido à trilha sonora inexistente, a captação direta do som e iluminação, a cenografia natural, a câmera sem uso de tripe ou trilho e aos atores – até prova em contrário – amadores. O roteiro, se é que existiu algum, também ajuda a promover este caráter do longa, já que, excluindo-se os parâmetros gerais da história, que podem ser resumidos à algumas poucas linhas, todo o resto pode ter sido perfeitamente obtido através da improvisação dos atores. E este é o seu grande problema: falta história. Mesmo nos movimentos mais radicais do cinema mundial, como o famoso “Dogma 95”, ainda que estes pregassem a exclusão de tudo o que se considerasse supérfluo e artificial na realização do longa, o esforço em cima da composição de um bom argumento, de um roteiro com apelo, era preservado em toda sua importância. Ainda que a secura quase nordestina do argumento tenha o objetivo de preservar o feitio naturalista da história e demonstrar como seria fácil perpretar um plano como o descrito no filme, Loktev pecou pela falta de conflitos, por ignorar produzir um plot com um mínimo de obstáculos e desventuras, que sempre são passíveis de acontecer, todos sabemos. De interessante fica a tensão desenvolvida pela possibilidade concreta de que a protagonista concretize o seu objetivo, assim como o conflito simples, mas sincero, que passa a viver quase no final do longa-metragem, potencializado pela aparência quase infantil da atriz, pela expressão sempre melancólica de seu rosto e pela forma como conseguiu imprimir sua falta de rumo na conclusão da história.
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“Maria”, de Abel Ferrara. [download: filme]

MaryDepois de interpretar Maria Madalena em um filme polêmico sobre Jesus, uma atriz sente sua vida alterada pela experiência e abandona tudo, partindo para o Oriente Médio em busca de refúgio e reflexão. Dois anos depois o diretor do filme está prestes a lançar sua obra e obtém contato com um apresentador que está se aprofundando na vida de Jesus através de seu programa televisivo.
Abel Ferrara, diretor do circuito alternativo americano, tem uma carreira repleta de filmes escorados sobre o submundo do crime, com a presença constante de personagens desajustados e envolvidos com violência e drogas. Quando qualquer pessoa que conhece sua filmografia descobre que ele resolveu se aventurar em um projeto como “Maria”, não há como evitar a expressão de estranheza. Não que o diretor não tenha competência para tanto – não se trata disso -, mas há de se considerar isto como um sinal de que algo em sua vida o levou a filmar uma história que tematiza quase inteiramente sobre a religião, sem economizar nos questionamentos existencialistas – uma vontade de demonstrar maturidade ou flexibilidade, talvez. Mas esse deslocamento de um espaço tão conhecido, o do underground, para um outro, mais intimista e sutil acaba gerando algumas falhas, que são sinalizadas pela sensação, ao longo de todo o filme e tão logo terminamos de assistí-lo, de que se perdeu ou não se notou algo durante toda a expectação do longa. Ferrara tem preocupações genuínas ali, tratando da eterna culpa que nos leva a questionar se os males que sofremos na vida são penas impostas por deus por pecados e erros cometidos, além de questionar as desavenças religiosas que tentam justificar sua violência como defesa da vontade e da verdade divina, trafegando também pela propensão do ser humano em, a certa altura da vida, questionar a conduta da humanidade, bem como a sua própria, e mergulhar em uma jornada de reflexão e auto-conhecimento, mas em todos os planos discutidos o diretor perde o foco por conta do roteiro fraco, que deixa de dar a profundidade necessária ao tema, o que concede à todas as sequências e acontecimentos ali desenhados um certo ar de ingenuidade. Isso aconteceu, ao que parece, porque o diretor não compreendeu que um filme que tematiza sobre eventos que redefinem a experiência de vida dos personagens, primeiramente, não deve deixar apenas para os atores o trabalho de exteriorizar a complexidade e densidade de seus personagens e seus dramas, pois eles devem sempre contar com o auxílio do roteiro e de diretrizes suficientes do diretor para tanto, e em segundo, que um filme destes pode ser tão pesado e radical quanto os que se escoram na violência mais material, física. Talvez o grande defeito de Abel Ferrara ao se aventurar em uma terra que até então não havia visitado seja seu excesso de singeleza e simplicidade. Faltou à ele transmutar a sua habitual ousadia nos domínios do undreground para os campos do metafísico, psicólogico e espiritual. É realmente uma pena, pois um filme com Juliette Binoche, em uma atuação excepcional, poderia render bem mais.
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“Sonhando Acordado”, de Jake Paltrow. [download: filme]

The Good NightUm compositor de jingles para campanhas publicitárias, que um dia foi tecladista de uma banda de um sucesso só, passa a achar tão intolerável o estado de sua vida e as pessoas com cuja companhia tem que lidar, como sua namorada dominadora e seu melhor amigo, um homem egocêntrico e narcisista que, por um acaso, também vem a ser seu chefe e ex-colega de banda, que começa a achar nos sonhos a satifisfação que não encontra na vida real.
Em seu filme de estréia, Jake Paltrow, irmão da atriz Gwyneth Paltrow, resolveu enveredar-se pela seara da “comédia cool” sem, no entanto, arriscar demais em um argumento que experimentasse com o nonsense e o surreal, como costumam fazer Michel Gondry e Spike Jonze. E isso não é difícil de ser de se perceber, já que até mesmo nas sequências que retratam os sonhos do personagem Gary o diretor não quase não tira o seu pé do chão, evitando utilizar este espaço como um meio para exacerbar suas idiossincrasias criativas. Esta preferência de Jake pela sutileza e pela discrição deixa o filme com um mesmo tom, do seu início até o seu fim. E, se por um lado isso remove o risco de deixar o longa-metragem com uma certa artificialidade pelo uso de bizarrices que soam bem gratuitas e com o único objetivo de conferir status “cult” ao filme, também o deixa um tanto maçante e sem charme. O elenco, um tanto desafinado, aumenta rasoavelmente esta sensação de aborrecimento que permeia toda película.
Mas nem tudo é pasmaceira neste longa-metragem: o diretor consegue, pelo menos em dois momentos, elaborar soluções que, se não completamente surpreendentes, ao menos não eram assim previsíveis: a primeira surge no meio do longa, quando sonho e realidade fazem contato de forma crível, sem recorrer ao surreal; a segunda no exata sequência que fecha o filme, quando o protagonista finalmente atinge, de alguma forma, aquilo que tanto almejava.
Procurando controlar a tendência dos cineastas da nova geração – à qual pertence – de insuflar seus filmes de acontecimentos e sequências que fascinam pelo apelo onírico, Jake Paltrow resvalou um bom tanto por excesso de recato em “Sonhando Acordado”. Não há problema algum em querer cortar modismos derivados do mundo videoclípico, mas em se abordando um tema que lida com a fuga do mundo real, alguma ousadia sempre ajuda.
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“A Pele”, de Steven Shainberg. [download: filme]

Fur: An Imaginary Portrait of Diane ArbusCasada com um homem que acomodou-se como o fotógrafo dos catálogos de peles vendidas pelo seu pai rico, Diane Arbus sente-se um tanto cansada não apenas de servir como assistente no trabalho do marido, mas de seu desinteresse sexual por ela, apesar dele sempre a tratá-la com carinho e amor. É na chegada de um vizinho misterioso que Diane começa a considerar mais seriamente seu desejo de desprender-se desse cotidiano de afazeres domésticos e aparências.
Ao alugar o filme dirigido por Steven Shainberg, imaginei ser o longa-metragem uma biografia tradicional sobre a fotógrafa americana Diane Arbus. Se o subtítulo do filme – “Um retrato imaginário de Diane Arbus” – não tivesse sido excluído no lançamento brasileiro, as duas principais características que lhe retiram o caráter de biografia tradicional poderiam ser deduzidas já no momento em que se lê o nome do longa: primeiro, em “A Pele” não temos o registro da vida e trabalho da fotógrafa Diane Arbus, mas apenas o da transformação daquela mulher, até então conformada com sua vida familiar e seu cotidiano “engomado”, naquilo que viria a ser a fotógrafa atraída pelo que mais destoante poderia sua câmera registrar; segundo, este é, como informa o subtítulo, um registro de uma formação imaginária, razoavelmente fantasiosa, da mulher Diane Arbus para a grande artista – alguns dos acontecimentos e personagens do filme – caso do Lionel Sweeny de Robert Downey Jr., principal personagem do filme junto com Diane – foram criados no longa para, segundo a concepção de Shainberg, melhor ilustrar para o público a transição sofrida por Arbus. E aí é que está o grande problema: a abordagem ficcional de Shainberg, com o intuito de potencializar a essência daquilo que ocasionou a transformação de Diane – a sua atração pelo “freak”, o estranho, o incomum – deixa tudo o que circunda Diane Arbus com aspecto artificial: não apenas a relação entre Diane e Lionel não consegue convencer suficientemente como convence menos ainda a forma como Diane quis inserir seus estranhos amigos no círculo de sua família – o modo como ela quis tornar isto possível soa, ao contrário do que se pretendia, tão pouco natural quanto o contraste pretendido pelo diretor, apoiado por seu diretor de fotografia, entre o cotidiano asséptico, formal, “clean” e previsível da dona de casa com a sua atração pelo incomum, pelo marginal, pelo imperfeito e pelo deslocado socialmente. Talvez, atendo-se mais à realidade dos fatos da vida da fotógrafa, seu interesse pelo que foge à regra comum se tornaria mais crível, mas provavelmente se tornaria menos peculiar também. Da forma como foi concebido, “A Pele” não consegue ser natural na pretensão de capturar a gênese da visão nada ortodoxa que a artista teria em sua fotografia, compondo um retrato muito artificial do que pertence à esfera da “comum” quanto do “incomum” – ao contrário das imagens concebidas por Diane, que conseguia capturar tanto o ordinário dentro daquilo que normalmente não se enquadraria como tal quanto o incomum naquilo que, aparentemente, é aceito como ordinário.
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

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CD 1:
http://d01.megashares.com/?d01=8e7f14e

CD 2:
http://d01.megashares.com/?d01=1f3a348

legenda (português) [via legendas.tv – necessário registro]:
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“Simpsons – O Filme”, de David Silverman. [download: filme]

The Simpsons MovieLisa Simpson, em mais uma cruzada pelo despertar da consciência humana, consegue convencer a população e os políticos de Springfield a parar de jogar lixo no lago da cidade, que já estava altamente poluído. Mas Homer, que acaba de adotar um porco como animal de estimação – despertando ciúmes em Bart -, despeja um imenso silo com os dejetos do animal no lugar, tornando a cidade a mais poluída do planeta. As autoridades americanas, então, resolvem tomar medidas drásticas para eliminar o problema que a cidade se tornou.
Matt Groening estava prometendo um filme para a sua mais bem sucedida criação, o desenho animado “Os Simpsons”, desde as primeiras temporadas, mas apenas em 2001 a idéia ganhou corpo e o início da produção foi realmente tomado como certo. O grande problema da demora, segundo Matt, era a dificuldade em encontrar uma história que rendesse um longa-metragem – inúmeras foram sugeridas e mesmo colocadas no papel, só para serem descartadas ou convertidas em episódios do seriado animado mais tarde. Porém, mesmo depois do argumento ter sido definido e durante a produção do longa-metragem, o roteiro sofreu alterações drásticas, ao ponto do criador dos personagens comentar que cerca de “dois filmes” de roteiro foram descartados – conhecendo a dinâmica e a essência do seriado e sabendo que o filme foi escrito por 11 roteiristas e 4 consultores, não há muito motivo para duvidar disto. Mas o que esperar do filme?
Quem conhece “Os Simpsons” – e alguém não conhece? -, já sabe o que certamente o aguarda: um argumento surreal e um tantinho non-sense, além de toneladas de sarcasmo corrosivo com a cultura pop e a indústria do entretenimento, com a política, com o conceito da tradicional família norte-americana e com o próprio seriado – o que faz do comentário recorrente na internet, de que “Simpsons – O Filme” não vai muito além de ser um episódio robusto e de longa-duração, proceder com o que, basicamente, acontece. Como o sucesso da série se deve justamente à estas características, isso não se configura como demérito à qualidade do longa-metragem e sim na razão primeira de assisti-lo. Contudo, a película apresenta alguns atrativos mais. Por exemplo, as referências do filme à alguns dos melhores momentos da série, como a citação ao até hoje hilário episódio em que Homer salta sobre a Garganta de Springfield, são garantia de diversão e emoção incontida para os fãs de longa-data. E por falar em emoção, o filme não se resume a ser tão somente um rolo compressor de piadas porque volta a explorar a relação entre os personagens no seu melhor, a exemplo de como era feito em suas primeiras temporadas: a relação de Bart e Homer, bem como a deste com a sua esposa Marge e toda à sua família é o que conduz a segunda parte do filme, de forma genuína e verdadeiramente tocante. Além disso tudo temos algumas sequências bem pitorescas e criativas, como a epifania de Homer em um ritual “shaman” – olha a inevitável piada com esse recurso clássico e recorrente de cinema e TV americanos -, que lembra muito o surrealismo de Salvador Dalí e tem uma pitada de M. C. Escher e também as tiradas impagáveis, como a de Mister Burns para seu assistente Skinner alguns momentos depois que se iniciam os créditos finais. Apesar da piada do filme com seu público, logo no início, afirmando que só um idiota pagaria pra ver algo que ele pode assistir na TV todas as semanas, todos já sabíamos prontamente que sim, um longa-metragem destes personagens seria mais do que apreciado: não se trata apenas de agradar ao público, mas de prestar uma homenagem à uma das criações mais geniais da indústria do entretenimento que subverteu definitivamente os conceitos sobre animação, jogando por terra a idéia de que desenhos eram coisas de criança, e tornou-se um dos ícones mais influentes na história da cultura pop e do entretenimento – bem mais do que nós, Homer, Marge, Bart, Lisa, Maggie e todos os outros habitantes de Springfield mereciam esse presente.
Baixe o filme utilizando uma das fontes a seguir.

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Fonte 1:

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legendas (português) [via legendas.tv – necessário registro]
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Fonte 2 (legenda embutida em português):

http://www.gigasize.com/get.php/3195179753/mvs-tsm.By.Mdslino.www.theultimates.us.rmvb

OU

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“Últimos Dias”, de Gus Van Sant. [download: filme]

Last DaysJovem músico sai de clínica de tratamento e ruma, através de uma floresta, até sua mansão mal-conservada. Lá chegando ele tenta isolar-se dos amigos que ocupam a casa e evita contato com seu agente, sua gravadora e até um detetive, que o procuram para que dê continuidade as turnês de sua banda. Livremente baseado nos últimos acontecimentos da vida de Kurt Cobain, vocalista do grupo Nirvana.
Desde 2002, Gus Van Sant redirecionou sua carreira para o rumo independente e alternativo que teve no início, voltando também o seu olhar para as atribulações juvenis urbanas. Por isso, não é surpresa alguma o seu interesse em biografar os últimos momentos de vida do rockeiro Kurt Cobain, ícone do rock grunge dos anos 90 que encerrou ele mesmo sua vida com um tiro na cabeça – sem considerar, claro, as inevitáveis teorias de homicídio dissimulado.
Por ser substancialmente uma biografia, assim como também o era “Elefante” – mas que o era muito mais de um evento em si do que de personagens -, o diretor decidiu manter a abordagem adotada no filme anterior, ficcionalizando a superfície mais aparente de sua história, através da modificação de alguns personagens e acontecimentos, mas mantendo intacta, na essência do evento e de seus protagonistas, a fidelidade com os acontecimentos reais. Desta forma, se os afazeres, o comportamento e as atitudes modorrentas de Blake no filme reproduzem com algum apuro as de Kurt Cobain, então a pergunta feita na filme por Kim Gordon para ele deixa de ser uma dúvida e passa a ter um caráter incontestável de afirmação: Blake/Cobain era um cliché do rock. Para piorar, ao importar, junto com o modo de compor a história, a técnica narrativa singular do filme anterior – que guarda semelhanças com a tradição documental – Gus Van Sant transforma o estigma da juventude transviada em algo ainda mais pueril do que já é: ao contrário do que aconteceu em “Elefante”, onde esta técnica ajudou a trazer ainda mais a superfície a natureza e a multiplicidade do evento narrado, o encadeamento improvisado de ações cotidianas, que tomam o lugar do roteiro, a edição que prolonga as sequências, evitando ao máximo os cortes nas cenas, a câmera que quase não produz closes, preferindo perseguir os passos do protagonista da sequência de maneira distante, e o silêncio que tem maior preponderância do que as falas – quase sempre irrelevantes – só faz tornar ainda mais visíveis e intensos o vazio, a ausência de sentido e a obviedade presentes no evento e no personagem que são a razão de ser de “Últimos Dias”.
Penso que o desnudamento do lado mais pessoal e íntimo de um ídolo, via de regra, não traz qualquer benefício: não apenas lhe destitui esse caráter sempre interessante mas acaba também revelando que, na realidade, eles podem ser o tipo de pessoa para quem não dispensaríamos a menor atenção e apreço. Infelizmente, para os fãs de Kurt Cobain, esse é o único mérito do filme de Gus Van Sant.

OBS: links funcionais mas não testados.

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legendas disponíveis (português):
http://www.legendas.tv/info.php?d=41026cdf3eebe2767a87c0c53955f24b&c=1
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/3093676
http://www.opensubtitles.org/pb/download/sub/103521

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“Transformers”, de Michael Bay. [download: filme]

TransformersEnquanto no Oriente Médio uma base americana é atacada por um helicóptero que se transforma em um imenso robô desconhecido, o jovem americano Sam, depois de algum esforço e com a ajuda de seu pai, compra um velho e estranho carro esportivo. Na verdade o carro é outro destes estranhos robôs, designado para estabelecer contato com Sam para obter um artefato que está em sua posse e é o mote de uma guerra entre duas diferentes facções destes imensos robôs alienígenas: os Autobots, que tentam defender o universo – e a Terra – dos planos perigosos da outra facção, os Decepticons.
Michael Bay é um dos diretores mais desprezados pelos críticos de cinema americanos pela sua capacidade de conceber sequências de ação esquizofrênicas e pífias e seu tratamento muito além do superficial com todos os outros aspectos de um longa-metragem. Ao ser designado como diretor da versão live-action de “Transformers”, adorado desenho animado dos anos 80, os fãs destes personagens ficaram um tanto temerosos e os críticos vislumbraram um desastre eminente. E Michael Bay foi fiel à seu estilo e não decepcionou – no sentido de que as péssimas expectativas acabaram mesmo se concretizando.
O argumento e a trama do filme que acabaram sendo adotados foram concebidos graças a uma idéia básica do produtor executivo, Steven Spielberg: “tudo é sobre um garoto e seu carro”. Junte à esta “brilhante” abordagem a pretensão cômica rasa e o descaso de Michael Bay com tudo o que possa tornar seu longa mais denso e sério e a desgraça está feita. Como se um filme que se ocupa em seu roteiro em empilhar por duas horas e vinte minutos as aspirações adolescentes americanas mais cretinas já não fosse ruim o suficiente, ainda temos o elenco do longa-metragem, que consegue fazer com que os personagens já caricaturais e rasos se tornem uma afronta à qualquer noção de complexidade e inteligência da raça humana: o jovem protagonista irrita até quando está parado e não abre a boca, seu pretenso par romântico, a gostosa da escola que não entende porque se sente atraída pelos lindos e imbecis atletas estudantis (hã? sexo, talvez?), torna seus irreais conhecimentos de mecânica automotiva ainda menos intoleráveis do que sua presença, a hacker de plantão, loira e linda, dá tanto embasamento à sua artificialidade que é deixada de lado no meio do filme e a platéia sequer se dá conta disso, e o protagonista do núcleo militar da trama, o lindo loiro Josh Duhamel, torna ainda menos natural os seus inacreditáveis conhecimentos em anatomia bio-mecânica extraterrestre – não sabia que os militares americanos aprendiam esse tipo de coisa no seu treinamento…
Diante disso tudo só nos restam as máquinas, certo? Tirando-se o fato de que estes personagens foram concebidos pelos mesmos roteiristas responsáveis pelos protagonistas terráqueos, e dessa forma eles reproduzem nas maquinas uma parte razoável da estupidez dos personagens humanos, ainda há algo que se salvou, graças aos senhores detentores da engenharia digital. Ao contrário do que vem se tornando cada vez mais frequente no cinema, o tratamento digital utilizado no filme materializa como real algo que jamais poderia o ser: os Autobots e os Decepticons não apenas foram caracterizados em cada minucioso e ardiloso detalhe, tanto no que se refere ao menor movimento quanto nos mais engenhosos e elaborados, como também toda a interação destes personagens com o ambiente e com os atores torna-se altamente convincente desde o primeiro segundo de animação – os esforços em efeitos visuais mais impressionantes que já conferi no cinema americano em muitos anos.
Se tivesse lido o perfil do filme no Wikipedia, teria refletido melhor sobre a noção do perigo que eu estaria enfrentando e não teria ido ao cinema. O único feito de Bay, que foi tornar mais interessante a transposição visual das máquinas do que a existência da humanidade, não é forte o bastante pra evitar você se sentir um idiota por estar vendo aquilo. No fim, você acaba achando até compreensível o desejo dos Decepticons de aniquilar a humanidade – se eles fizessem isso com uma parte razoável dos cineastas americanos, seria até um favor.
Baixe o filme utilizando os links a seguir e tente uma das legendas disponíveis.

OBS: links funcionais mas não testados.

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legendas disponíveis (português) [via legendas.tv – necessário registro]:

http://www.legendas.tv/info.php?d=1a2a54e3431092ea0257d7ffc2d08e78&c=1
http://www.legendas.tv/info.php?d=e3900ef87dd6887e4a73dc55605e5700&c=1
http://www.legendas.tv/info.php?d=f5ed78f3c474fd0cffe46724ab5f644d&c=1
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“Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”, de Tim Story. [download: filme]

Fantastic Four - Rise of The Silver SurferFaltando dois dias do casamento de Reed Richards e Susan Storm, um estranho ser intergalático chega ao planeta e começa a preparar a Terra – o que causa diversos desastres ao redor do planeta – para a vinda daquele a quem serve, um poderoso ser que cruza o universo e destrói planetas por onde quer que passe.
Quando soube que os produtores do primeiro filme do Quarteto Fantástico pretendiam trazer para o segundo longa dois dos personagens mais clássicos do universo do quarteto, o arauto Surfista Prateado e seu senhor, Galactus, fiquei muito animado: mesmo que o primeiro filme não tenha exatamente feito jus ao adjetivo “fantástico”, e limitando-se ao fato de que estamos falando de cinema pipoca – cinema comercialíssimo sem maiores ambições e pretensões além do lucro certo -, a adoção destes dois personagens poderia ser a garantia de um argumento bem interessante ou, pelo menos, de sequências com algum impacto visual, já que o surfista, e ainda mais Galactus, são dos personagens de concepção e natureza das mais arrojadas no mundo dos quadrinhos. Mas Tim Story superou-se: se o primeiro filme foi um tanto ruim, este foi um desastre inevitável.
O maior e mais evidente problema de todos é o gosto do diretor e de seus três roteiristas e argumentistas, Don Payne, John Turman e Mark Frost, pelo cômico: passa-se mais tempo fazendo piadinhas e gracinhas durante todo o filme do que desenvolvendo a história proposta, que é abordada tão sem vontade que, pode-se dizer, surge apenas como se fosse “intervalos” para os momentos “cômicos”. O mote para a maior parte das piadinhas é o casamento dos personagens Ioan Gruffudd e Jessica Alba, que ainda foi usado para dar vazão a pretensão malfadada em tecer críticas à exploração da fama pela mídia e pelas próprias celebridades, mas a vontade dos produtores em fazer gracinha parece não conhecer limites, já que o narcisismo exacerbado do Tocha Humana de Chris Evans – que está estonteantemente lindo, diga-se – também é explorado ad nauseum, tornando ainda mais vazio o longa-metragem. Assim, os produtores conseguiram retirar qualquer sombra de impacto que o filme poderia ter, deixando evidente para o público que eles – os produtores – não estão interessados em arquitetar histórias suficientemente densas, com tensão mais palpável e peso mais sombrio, e abordar os personagens de maneira bem mais séria. Tão evidente quanto este problema é a atuação fraquíssima dos atores, que parecem nem se esforçar para dar alguma veracidade ou impor algum respeito aos seus personagens. É certo que nenhum deles é realmente famoso pelos seus dotes em interpretação – particularmente Jessica Alba -, mas penso que isso seja consequência indireta da abordagem decidida pelo diretor, seus roteiristas e os produtores do filme – isso se os atores não receberam diretrizes claras para ter tal desempenho. Além desses dois aspectos que já reduzem drasticamente as chances de termos um filme ao menos divertido, Tim ainda consegue destruir os maiores atrativos desta sequência: a estréia de Surfista Prateado e Galactus no cinema. A primeiro foi quase completamente gerado em computação gráfica, o que resultou em uma das experiências mais pobres com esta técnica – ficou parecendo a estatueta do Oscar -, visto que até o personagem gerado por computador conseguiu ter desempenho pífio, e o segundo, Galactus, foi uma decepção ainda maior: virou uma nuvem de fumaça intergalática que lança tentáculos sobre o planeta para sugar sua energia. Dizem que isto foi um subterfúgio utilizado pelo diretor para não revelar a concepção visual do personagem no cinema, já que pretendem abordar o personagem de forma mais completa no filme do Surfista Prateado (sim, eles não perdem tempo), mas isso também deixa espaço para concluirmos que ou eles não faziam idéia de como transpor visualmente esse personagem magnânimo para o cinema ou o estúdio não quis bancar sua concepção para não gerar mais gastos no projeto – qualquer que tenha sido a razão, eles conseguiram, com isso, frustrar todo o público das salas de cinema que tem um mínimo de conhecimento sobre o mitologia que cerca os personagens do Quarteto Fantástico nos quadrinhos.
Ah, claro, já foi anunciado que vamos ter uma terceira sequência da franquia – depois de um início morno e uma continuação gelada, o que mais de bom podemos esperar de “Quarteto Fantástico 3” além de umas poucas sequências que criam uma desculpa qualquer para colocar Chris Evans com o tentador dorso nú diante dos espectadores? Não há dúvidas: Tim Story e Hollywwod não estão satisfeitos com o massacre promovido neste segundo filme. Vamos rezar para que uma temeridade qualquer tire Story e seus fiéis roteiristas do caminho do Quarteto – quem sabe eles não tem sua energia vital sugada pelo verdadeiro Galactus, furioso por ter sido reduzido à uma manifestação climática das mais enfadonhas?
Baixe o filme utilizando os links a seguir.

OBS: links funcionais mas não verificados.

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legenda (português) [via legendas.tv – necessário estar registrado]:
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