Enrique Murciano, sem camisa, molhadinho, jogado na grama, com cara de “oie!”, com seu filhote de Bernese Mountain Dog?
Ai, meu sais minerais! Ai, minha intolerância a lactose! Isso é muito sexy! E imensuravelmente fofo.
Isso é mais fofo do que um zoológico todinho só com filhotes de Bernese.
Tá, eu exagerei. Isso aí é muito pouco! É bem mais fofo do que um Edifício Copan inteiro tão, mas tão abarrotado de ursinhos Knut que eles estariam jorrando pelas janelas – e não se fala mais nisso.
Reparem na cara de feliz do cachorrinho. Agora olha para o dono do petiz. Entendeu essa expressão de pimpão do safadinho?
Confesso uma invejinha nada branca do pulguento: que vida boa essa de ser inocentemente carregado junto ao dorso nú do senhor Murciano, em meio a afagos e carinhos, não?
Ah, quão doce e erótica pode ser a vida de um simples cachorrinho – juro que até vejo Walt Whitman rolando de inveja no seu túmulo.
Depois de ver isso, vou aproveitar que é tempo de Carnaval e encomendar uma fantasia de Bernese para a Rosa Magalhães já!
Agora com licença que eu vou ali na janela gritar de revolta e incomodar a vizinhaça.
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No ano passado, Knut, ursinho do zoológico de Berlim, virou estrela por conta da polêmica gerada por ativistas que defendiam o seu sacrifício, já que tinha sido rejeitado por sua mãe. Tsunamis de emails chegaram à administração do zoo. Zilhares – ou zilhões – de criancinhas espevitadas e turistas afoitos tomaram de assalto o zoológico para defender o direito do bichinho de sobreviver. E este direito foi aprovado, claro.
E não é que a história se repetiu?
Hoje, jornais e portais da internet do mundo todo noticiaram que uma ursinha do zoológico de Nuremberg – Alemanha, de novo – foi rejeitada pela sua mãe. A polêmica, novamente, se instaurou e ecologistas voltam a defender que se deixe a natureza seguir o seu curso – o que, neste caso, significa deixar que a mãe ursa devore as crias que julga que tem menos chances de sobreviver do que as outras.
Ok, lindo. Eu também sou a favor de deixar a natureza seguir o seu curso. Mas, por favor, me esclareçam: alguém aí concorda que estamos diante de um surto de retardamento coletivo dos ecoólogos do mundo? Alôôôôôô? Estamos falando de ursos confinados em um zoológico, por deus. Desde quando animais capturados e presos em jaulas e ambientes absolutamente simulados seguem o seu curso natural? Entendeu ou quer que eu desenhe e ponha legenda? As ecobestas dizem que o urso polar ser criado por um tratador, e não por sua mãe, é algo humilhante para o bicho. Tirando o fato de que o bichinho não entende lhufas da polêmica, e portanto sentir-se humilhado é bem difícil, eu pergunto que diferença existe entre um ursinho que bebeu de mamadeira direto no focinho e outro que mamou das tetas da mama e que, mais tarde, não escapa de ganhar comida só do tratador, jogada jaula a dentro quando o bicho pesar quase uma tonelada?
Eu só sei de uma coisa: é nesses momentos que descobrimos que nenhuma façção unida por uma ideologia, ou credo ou coisa que o valha, escapa de estar infectada pelo fanatismo acéfalo – do Islamismo ao Software Livre.